quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Orar & Persistir


 PIB em Vila Aparecida Sapucaia RJ

Pastoral da Semana 

Orar e persistir...

 

            Ao longo da sua segunda viagem missionária o bom e velho apóstolo Paulo funda a igreja cristã na cidade grega Tessalônica. O pregador em cadeias estava em Corinto quando escreve duas cartas aos irmãos tessalonicenses, isto mais ou menos no ano 51 da nossa era. Eram tempos difíceis marcados por perseguição e dúvidas...
            A igreja ainda embrionária era composta por convertidos recém saídos do judaísmo e da idolatria pagã; após enviar seu discípulo Timóteo a comunidade de fé, Paulo recebe um relatório por parte deste dando conta da angústia existente no coração dos crentes com a morte de entes queridos, a ociosidade de alguns e o desejo de retornar a velha vida por parte de muitos
            Neste contexto desafiador, além de reanimar os crentes descrevendo a esperança na vida eterna através da ressurreição, Paulo os estimula por cartas a ORAR! Segundo o grande evangelista os crentes de todas as gerações deveriam “Orar sem cessar” (I Tess.5:17)  Orar era o remédio espiritual, o alimento essencial para a alma em tempos incertos!
            Hoje, no atual cenário da igreja brasileira, da família cristã, da sociedade e do Brasil em todas as suas esferas, ORAR é o remédio! É mister clamarmos por uma intervenção divina em tempos de fragilidades, superficialidades, frieza, esvaziamento e conceitos que põem em cheque os principais pilares da fé cristã. Oremos hoje e oremos sempre!
            O velho apóstolo grita: proseuchomai (ofereça) adialeiptos (sem interrupção), isto é, em todo tempo, em todo lugar, por todos os motivos justos, por todas as pessoas, OREM, OREM e OREM sem parar! A esperança dos homens e das mulheres de bem ainda está nos céus! O Deus que tudo ouve e tudo pode fazer continua no TRONO!

 

            Pr. Roberto de Alcantara Laurindo



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021


 

Dor e Esperança

 

Na semana que passou, mais precisamente na última quinta feira, dia 25 de fevereiro, completou-se um ano do surgimento do primeiro caso confirmado de COVID no Brasil. Portanto, são longos doze meses de uma batalha diária contra um inimigo invisível que ronda as nossas vidas e as nossas casas estabelecendo um cenário de crise. Tempos difíceis!

A pandemia alterou a rotina de todos nós... Máscaras, isolamento, lockdows, sistema de saúde sobrecarregado, desemprego, templos fechados, enfim, uma realidade que continua flertando com o caos promovendo dores, dúvidas e perdas... Há um clima de apreensão, dúvidas e luto sobre a nossa cidade e o nosso país.

Ao longo da história bíblica o povo de Deus também enfrentou e sobreviveu a dias semelhantes, inclusive, em alguns casos até piores. Por exemplo, quando o exército de Nabucodonozor invade Jerusalém no ano 586 antes de Cristo, o templo e as casas são destruídas e o povo levado cativo para a Babilônia! Seriam longos setenta anos de dor e cativeiro...

Em dias de luto Jeremias, um dos profetas que Deus levanta naqueles dias para apascentar os corações abatidos, declara: “Eu quero trazer à memória aquilo que pode me dar esperança”  (Lm 3:21-23)  Em meio a desilusão e as incertezas, ao invés de propagar o caos, o profeta se apega a esperança por dias melhores em tempos de crise!

Os dias ainda são maus... Porém, enquanto homens e mulheres de fé, enquanto povo de Deus chamado a ser sal e luz, precisamos sondar os nossos corações em busca daquela fé que sempre nos manteve de pé em tempos de adversidades! Em Cristo não desista! Agradeça em cada dia “sobrevivido” e siga em frente crendo em dias de paz e reconstrução!

 

Pr. Roberto de Alcantara Laurindo


quinta-feira, 21 de janeiro de 2021


 

Brechas

 

            Circula nas redes sociais uma grande e assustadora fenda descoberta por curiosos no vão central da ponte Rio-Niterói. Através de fotos e vídeos é possível perceber o “trabalho” das gigantescas placas por onde circulam centenas de automóveis em suas pistas nos dois sentidos; milhares foram as manifestações de alerta de que a ponte estava caindo!

Toda e qualquer construção, ao longo do tempo, corre o risco de lidar com rachaduras, trincas e fissuras em sua rígida estrutura de concreto. O engenheiro experiente e prevenido trabalha com cálculos que visam amenizar o constante movimento nas lajes, colunas, vigas e paredes do seu projeto, pois, segundo o ditado popular, deve balançar mas não cair!

Assim como na Ponte Rio-Niterói e nas grandes edificações, existem fendas que existem de forma proposital, sendo vitais para a sobrevivência da estrutura; a grosso modo, fendas que tornam o material rígido flexível, absorvendo impactos externos. Porém, existem brechas que precisam ser cobertas, pois, com o tempo, revelam a deterioração da obra...

Segundo a Bíblia enquanto o Espírito Santo trabalha em nosso interior, tendo o Anjo do Senhor acampado em nosso redor, satanás trabalha em nosso mundo exterior estando a espera de uma oportunidade, uma brecha ao nosso derredor. (Sl 34:7 & I Pd 5:8)  Na vida espiritual Deus nos protege de dentro para fora; satanás nos “ronda” de fora para dentro!

As grandes hidrelétricas no Brasil e no mundo possuem sistemas de câmeras que vigiam seus paredões em busca de prevenir o surgimento das mínimas fissuras. Em Cristo e no poder do seu Espírito, ore, vigie e busque se manter cheio da presença de Deus se alimentando da palavra! No menor sinal de perigo tape as suas brechas antes que a obra deteriore!   


quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

 


A ciência e a fé

 

            Ao contrário do que muitos imaginam a ciência e a fé nem sempre foram “inimigas”, aliás, nunca deveriam ser. Até a idade média, período em que a religião católica exercia grande influência na política, na educação e na sociedade em geral, o estudo de Teologia era disciplina obrigatória nos principais cursos de medicina.

            Com o advento da Renascença em meados do sec. XIV o pensamento medieval dá lugar ao humanismo, isto é, na prática o conceito teocêntrico (Deus e a igreja no centro) dá lugar ao antropocêntrico (o homem no centro) momento em que a voz da religião enfraquece, a teologia deixa a universidade secular e a ciência é alçada ao patamar de destaque.

            Com a chegada do Iluminismo na França no Sec. XVII, pensadores como Voltaire, Montesquieu e Rousseau influenciaram a Europa enaltecendo a razão e a ciência acima da fé; no chamado “Século das Luzes” estava aberto o abismo entre a ciência e a fé, um litígio causado pela filosofia e, principalmente, pela busca do poder.

            Em meio a crise entre entre filosofia e ciência de um lado e religião católica e fé do outro, sob a batuta de Lutero e Calvino eclode a Reforma Protestante na Europa a partir da Alemanha no Séc. XVI. Com o surgimento da fé cristã protestante, apesar de pequena, houve uma reaproximação entre ciência e fé, onde a razão dava lugar a Escritura!  

            Segundo a Bíblia Deus é o Criador, não só dos homens, mas também da terra e de tudo o que nela há! (Sl 24:1) Portanto, ao invés de adversária a ciência deve andar não acima, mas ao lado da fé, sendo também instrumento de cura para os homens criados pelo ETERNO em sua semelhança. Eu creio na ciência porque primeiro creio em Deus!  


sábado, 27 de junho de 2020



Enxergando de fora para dentro!

            Reza a lenda que um homem estava desgostoso de um sítio localizado no interior de uma pequena cidade. Convencido de que precisava se desfazer daquele “ranchinho” que quase não tinha valor, pediu ao poeta Olavo Bilac para redigir um anúncio de venda daquela propriedade para ser publicado no único jornal da região.
            Ao atender o pedido do velho amigo, o famoso escritor brasileiro assim descreveu: “Vende-se encantadora propriedade onde no extenso arvoredo cantam os pássaros ao amanhecer. É cortada por marejantes e cristalinas águas de um belo ribeirão, e a casa nela existente é banhada pelo sol nascente e oferece as tardes sombras tranquilas nas varandas.”
            Segundo o relato, passados uns dias o poeta encontrou o dono da propriedade e perguntou: “E ai, vendeu o sítio?” Respondeu o amigo: “Nem pensei mais sobre isso, depois que eu li o anúncio é que eu vi a maravilha que eu tinha.”  Assim é a nossa vida... Não deixemos para valorizá-la depois que alguém fizer um anúncio...
            Na vida existem pessoas que vivem frustradas por aquilo que não conquistaram, por sonhos sonhados e ainda não realizados... Enquanto reclamam, deixam de reconhecer e agradecer o que possuem, deixam de desfrutar inúmeras maravilhas que Deus, o autor da vida, tem semeado em seus jardins! Portanto, o desafio é reclamar menos e agradecer mais!
            Em Cristo precisamos aprender a enxergar a vida não apenas de dentro para fora, mas também de fora para dentro; ao nos retiramos das circunstancias adversas e da rotina diária, encontramos motivos suficientes para perceber o derramar das bênçãos e dos cuidados divinos sobre as nossas casas, as nossas famílias e, sobretudo, sobre as nossas vidas!  

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Sobrevivendo as tempestades



Sobrevivendo as tempestades

         O mar é um cenário constante nas narrativas bíblicas. Dentre outras façanhas, nele os pescadores foram treinados para chegarem à categoria de discípulos, sobre suas águas Jesus andou quebrando as leis da física, em meio a ele Moisés e o povo hebreu triunfaram testemunhando sua abertura e seu fechamento sobre o exército de Faraó!
           Ao destacarmos dois episódios bíblicos ocorridos no mar, um registrado nas páginas do Antigo Testamento, outro descrito no Novo Testamento, percebemos diferentes reações frente as tempestades que certamente nos acometem ao longo da vida... Então podemos outra vez aprender com o teimoso Jonas e o desbravador Paulo!
            No livro batizado com o seu próprio nome observamos Jonas fugindo de Nínive a caminho de Társis; no auge da sua desobediência, para poupar as vidas dos demais marinheiros da fúria do mar, o profeta pede para ser lançado nas águas... Refugiado no ventre de um animal marinho, Jonas acaba resgatado por Deus a tempo de cumprir sua missão!  (Jn 1:4)
          Ao navegarmos na história bíblica chegamos ao livro de Atos, onde Lucas registra a saga de Paulo para chegar a Roma. Mesmo em obediência o apóstolo enfrenta um terrível “euroaquilão”, isto é, um tufão em alto mar que despedaça o navio o deixando junto aos demais prisioneiros agarrado aos destroços da embarcação até serem resgatados em Malta. (Atos 27:14-15)
         Em tempo; seja para nos corrigir ou para honrar nossa obediência, sem dúvidas ou licenças, na vida com Deus somos chamados a sobreviver em meio a tempestades! Em direção a Nínive ou a Roma seremos “sacudidos” pelas ondas do mar e pelos ventos da provação... Mesmo agarrados aos destroços... Em Cristo chegaremos ao destino seguro! 
                               

quinta-feira, 27 de setembro de 2018


Criaturas & Filhos

            Enquanto estava na cidade de Éfeso, na Ásia Menor, em algum momento entre os anos 60 a 90 aC, João, o discípulo amado, escreve o evangelho que recebe o seu nome, enfatizando ser Jesus o Messias prometido pelos profetas do Antigo Testamento.  A identidade messiânica de Jesus o identificara como o unigênito Filho de Deus! 
            Segundo a narrativa joanina, Jesus era o verbo, a perfeita encarnação, a palavra de Deus feita carne. Vindo ao mundo, a luz que dissipa o pecado, ELE havia sido rejeitado por seu próprio povo, incompreendido por àqueles que suspostamente aguardavam a sua chegada, o seu nascimento.
            Escrevendo aos cidadãos da Grécia antiga, então sob o regime dos romanos, atualmente território turco, João revela a necessidade de novo nascimento, sim, os amantes do conhecimento, àqueles que viviam em busca da verdade absoluta, deveriam renascer no Espírito voltando suas mentes e seus corações para Deus, o Deus Triúno revelado em Cristo!
            Segundo o “Discípulo Amado”, a raça humana é composta de criaturas e filhos de Deus. Criaturas somos todos, criados na gênese humana a imagem e a semelhança do Criador, mas, filhos, ao contrário das criaturas, somos ou seremos nós a partir do nosso novo nascimento, da nossa redenção pessoal em Cristo ao recebermos do seu espírito! (João 1:12)
            O velho líder da igreja cristã utiliza a palavra grega “teknon”, isto é, descendência, discípulo e, principalmente, criança para descrever os filhos outrora criaturas.  Conforme nos ensina João, ser filhos de Deus, a partir do nascer em Cristo, denota nossa nova filiação, um viver em novidade de vida guiados pela palavra e pelo Espírito de Deus; o ter a mente de Cristo!