quinta-feira, 27 de setembro de 2018


Criaturas & Filhos

            Enquanto estava na cidade de Éfeso, na Ásia Menor, em algum momento entre os anos 60 a 90 aC, João, o discípulo amado, escreve o evangelho que recebe o seu nome, enfatizando ser Jesus o Messias prometido pelos profetas do Antigo Testamento.  A identidade messiânica de Jesus o identificara como o unigênito Filho de Deus! 
            Segundo a narrativa joanina, Jesus era o verbo, a perfeita encarnação, a palavra de Deus feita carne. Vindo ao mundo, a luz que dissipa o pecado, ELE havia sido rejeitado por seu próprio povo, incompreendido por àqueles que suspostamente aguardavam a sua chegada, o seu nascimento.
            Escrevendo aos cidadãos da Grécia antiga, então sob o regime dos romanos, atualmente território turco, João revela a necessidade de novo nascimento, sim, os amantes do conhecimento, àqueles que viviam em busca da verdade absoluta, deveriam renascer no Espírito voltando suas mentes e seus corações para Deus, o Deus Triúno revelado em Cristo!
            Segundo o “Discípulo Amado”, a raça humana é composta de criaturas e filhos de Deus. Criaturas somos todos, criados na gênese humana a imagem e a semelhança do Criador, mas, filhos, ao contrário das criaturas, somos ou seremos nós a partir do nosso novo nascimento, da nossa redenção pessoal em Cristo ao recebermos do seu espírito! (João 1:12)
            O velho líder da igreja cristã utiliza a palavra grega “teknon”, isto é, descendência, discípulo e, principalmente, criança para descrever os filhos outrora criaturas.  Conforme nos ensina João, ser filhos de Deus, a partir do nascer em Cristo, denota nossa nova filiação, um viver em novidade de vida guiados pela palavra e pelo Espírito de Deus; o ter a mente de Cristo!

quarta-feira, 19 de setembro de 2018



A Democracia de Barrabás

            Segundo a constituição vigente em nosso país, vivemos em um regime social onde o poder de livre escolha e decisão emana do povo e para o povo, onde cada cidadão tem o direito legal de defender e propagar seus pensamentos e ideais nas esferas políticas, civis e religiosas.  No Brasil o estado é laico, isto é, leigo e neutro, sem poder de interferência.
            A palavra “Democracia” vem do grego “demokratia” significando, literalmente, demo = povo e kratos = Poder.  Baseada na administração das “Polis”, isto é, cidades da antiga Grécia, o governo democrático garantia a sociedade o direito a voz, ao voto, ao livre pensamento, enfim, as decisões sociais que visavam o benefício de todos, o bem estar comum. 
            Ao estudarmos a história do povo de Israel registrada nas páginas do Antigo Testamento Bíblico, perceberemos que a Democracia substitui a Teocracia, antigo regime que pautava suas decisões pelo governo de Deus através da palavra de seus profetas. Sim, eis o grande conflito, ao invés de “Teos” temos “Demos”, ou seja, ao invés de Deus temos o povo no poder!
            Ao ignorar a palavra de Deus e centrar o governo no homem, o regime democrático corre um sério risco. Segundo a Bíblia, orientado pelos partidos políticos religiosos, o povo foi capaz de absolver Barrabás e condenar Jesus; sim, no exercício da democracia o povo optou pelo prisioneiro e abandonou o justo a sua própria sorte!   (Mt 27:16-21)
            Ao longo da história nenhum regime político esteve imune a grandes erros. A Monarquia, a República, o Socialismo, enfim, a própria Democracia representam um sistema que, à luz da Bíblia, é decaído e imperfeito.  Um povo cujo governo não mais pertence a Deus, pode continuar aplaudindo o prisioneiro e crucificando o justo... Oremos!




Espírito de Fariseu

            Nos tempos bíblicos, sobretudo, na época do Novo Testamento, ser Fariseu era algo nobre. Surgidos no Séc.II aC, os Fariseus compunham uma elite, um partido político religioso em Israel. Criadores das Sinagogas judaicas, zelavam pela Lei, isto é, pela Torah, eram considerados, na origem da palavra, os “separados”, a legítima comunidade dos santos.
            Ao longo dos anos, o respeito adquirido junto a sociedade foi se perdendo... Com o início do ministério público de Jesus, com o estabelecimento do cristianismo, os fariseus deixaram de ser reconhecidos como homens santos e separados, os intérpretes da Lei dada por Deus a Moisés, para serem taxados de hipócritas, mesquinhos e frios.
            O Novo Testamento Bíblico, registra vários embates entre Jesus, seus discípulos e o Apóstolo Paulo com os fariseus. Sim, por eles os seguidores do cristianismo foram perseguidos, expulsos, mal interpretados, vistos como uma seita. Para piorar o quadro, os fariseus acabaram se corrompendo, trocando sua influência religiosa por favores políticos.
            Uma tragédia! Mas... Como uma agência com o ideal nobre, portadora da Lei Mosaica, pode se corromper? Então... Como homens de bem, letrados, maduros e religiosos, puderam se afastar tanto da verdade? Simples... Os fariseus, infelizmente, foram vencidos pelo tradicionalismo, pela ganância, pelo poder, perdendo a essência do seu chamado...
            Assim como os fariseus, você e eu podemos perder nossa condição de “separados”, nosso caminho pela santificação. Ao priorizar regras, coisas, títulos, estruturas, templos, liturgias, enfim, pedra ao invés de gente, também podemos ser vencidos pelo fanatismo, passando a aplicar a Bíblia na vida do outro, nunca na nossa.  Não ressuscitemos este pobre espírito....